Ivermectina: para que serve, como usar e COVID-19
A ivermectina é um remédio antiparasitário capaz de paralisar e promover a eliminação de vários parasitas, sendo principalmente indicado pelo médico no tratamento da oncocercose, elefantíase, pediculose, ascaridíase e escabiose.
Esse remédio é indicado para adultos e crianças com mais de 5 anos e pode ser encontrado em farmácias, sendo importante consultar o médico quanto ao seu uso, pois a dose pode variar de acordo com o agente infeccioso a ser tratado e o peso da pessoa afetada.
Para que serve
A ivermectina é um medicamento antiparasitário muito indicado no tratamento de diversas doenças, como por exemplo:
- Estrongiloidíase intestinal;
- Filariose, popularmente conhecida como elefantíase;
- Escabiose, também chamada de sarna;
- Ascaridíase, que é a infecção pelo parasita Ascaris lumbricoides;
- Pediculose, que é a infestação por piolhos;
- Oncocercose, popularmente conhecida como "cegueira dos rios".
É importante que o uso da ivermectina seja feito de acordo com a orientação do médico, pois assim é possível prevenir o aparecimento de efeitos colaterais como diarreia, cansaço, dor de barriga, perda de peso, prisão de ventre e vômitos. Em alguns casos, também podem surgir tonturas, sonolência, vertigens, tremores e urticária na pele.
Como usar
O uso da ivermectina deve ser feito de acordo com a orientação do médico, sendo normalmente recomendado tomar o medicamento em jejum, uma hora antes da primeira refeição do dia. A ivermectina normalmente é usada em dose única e a quantidade de comprimidos pode variar de acordo com o peso da pessoa e doença a ser tratada.
Apenas uma dose do medicamento é capaz de eliminar os parasitas, no entanto é importante que sejam feitos exames de fezes ou de sangue 2 semanas após o início do tratamento, pois assim o médico pode avaliar a necessidade de repetir a dosagem.
De forma geral, os antiparasitários podem ser usados uma vez a cada 6 meses, uma vez que o uso frequente desse tipo de medicamento, principalmente quando em intervalos curtos, pode aumentar o risco de efeitos adversos e do desenvolvimento de hepatite medicamentosa, por exemplo.
1. Estrongiloidíase, filariose, piolhos e sarna
Para tratar a estrongiloidíase, filariose, infestação por piolhos ou sarna, a dose recomendada deve ser ajustada ao peso, da seguinte forma:
Peso (em kg) | Número de comprimidos (6 mg) |
15 a 24 | ½ comprimido |
25 a 35 | 1 comprimido |
36 a 50 | 1 ½ comprimido |
51 a 65 | 2 comprimidos |
66 a 79 | 2 ½ comprimidos |
mais de 80 | 200 mcg por kg |
2. Oncocercose
Para tratar a oncocercose, a dose recomendada, em função do peso é a seguinte:
Peso (em kg) | Número de comprimidos (6 mg) |
15 a 25 | ½ comprimido |
26 a 44 | 1 comprimido |
45 a 64 | 1 ½ comprimido |
65 a 84 | 2 comprimidos |
mais de 85 | 150 mcg por kg |
Possíveis efeitos colaterais
Alguns dos efeitos colaterais mais comuns que podem ocorrer durante o tratamento com ivermectina são diarreia, náusea, vômitos, fraqueza e falta de energia generalizada, dor abdominal, perda do apetite ou prisão de ventre. Geralmente, essas reações são leves e transitórias.
Além disso, também podem ocorrer reações alérgicas, especialmente quando se toma a ivermectina para oncocercose, que podem se manifestar com dor abdominal, febre, coceira pelo corpo, manchas vermelhas na pele, inchaço nos olhos ou nas pálpebras. Caso estes sintomas surjam é aconselhado interromper o uso do medicamento e procurar ajuda médica imediatamente ou o pronto-socorro mais próximo.
Ivermectina pode causar hepatite medicamentosa?
Embora a bula do medicamento não refira efeitos colaterais graves relacionados a problemas no fígado, como é o caso da hepatite medicamentosa, é conhecido que este remédio pode aumentar a presença de enzimas hepáticas em exames de sangue.
Além disso, este medicamento está indicado apenas em casos agudos, para tratamento de curto prazo, não tendo sido estudados seus efeitos no corpo em doses superiores às recomendadas ou por longos períodos.
Assim, é possível que o uso prolongado, muito frequente ou em doses superiores às indicadas, possa causar problemas no fígado, incluindo hepatite medicamentosa. O ideal é sempre fazer uso da ivermectina sob orientação de um médico.
Quem não deve tomar
Este remédio está contraindicado para grávidas, mulheres que estejam amamentando, crianças com menos de 5 anos ou 15 kg e pacientes com meningite ou asma. Além disso, também não deve ser usado em pessoas com hipersensibilidade à ivermectina ou qualquer outro dos componentes presentes na fórmula.
Ivermectina e COVID-19
O uso da ivermectina contra a COVID-19 tem sido amplamente discutido na comunidade científica, isso porque o antiparasitário possui ação antiviral contra o vírus responsável pela febre amarela, ZIKA e dengue e, por isso, se supôs que teria também efeito contra o SARS-CoV-2.
Embora estudos feitos em laboratório tenham demonstrado que a ivermectina tem, de fato, ação antiviral contra o vírus SARS-CoV-2 responsável pela COVID-19, a OMS e outros órgãos de saúde como a FDA, a Anvisa ou a EMA, não recomendam o uso do medicamento para o tratamento da infecção.
Isso acontece porque nos estudos feitos em laboratório, as concentrações necessárias para obter o efeito antiviral contra a COVID-19 foram consideradas muito elevadas e ultrapassam os limites definidos atualmente como seguros para o uso em humanos. Além disso, os estudos clínico feitos com pacientes infectados, também demonstraram resultados com pouca evidência, especialmente porque foram usadas dosagens muito diferentes entre cada estudo e, muitas vezes, a ivermectina foi utilizada juntamente com outros medicamentos.
Assim, as diretrizes da OMS apontam que a ivermectina ainda só deve ser usada para a realização de novos ensaios clínicos, que ajudem a comprovar o efeitos e a segurança do medicamento, não devendo ser utilizada no tratamento da COVID-19.
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Na prevenção da COVID-19
O uso de medicamentos para prevenção de uma infecção ou doença deve ser sempre muito bem estudado, já que a administração prolongada de qualquer tipo de substância pode provocar efeitos graves à saúde, mesmo que seja utilizado em baixas doses.
Por esse motivo, a OMS desaconselha o uso de ivermectina ou qualquer outro remédio na prevenção da COVID-19 e indica que as únicas formas comprovadas e seguras de impedir a infecção são a vacinação e a adoção de medidas preventivas, como o distanciamento social, a lavagem das mãos e a utilização de máscaras de proteção individual. Veja como funcionam as vacinas contra a COVID-19 e confira como se proteger da COVID-19.
Além disso, outros órgãos de saúde, como a FDA, além dos efeitos graves à saúde, apontam que o uso prolongado de ivermectina pode prejudicar o efeito de outros medicamentos que estejam sendo usados no tratamento de outros problemas de saúde, especialmente os anticoagulantes, além de existir risco de overdose a longo prazo.
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