Catalisando a Educação 4.0: o futuro da aprendizagem na visão do Fórum Econômico Mundial
Por Otávio Pinheiro e Mariana Claudio
Análise do Fórum Econômico Mundial, divulgada em maio deste ano, defende que há uma janela de oportunidades para investirmos na chamada Educação 4.0, especialmente, em novas abordagens educacionais para reimaginar a educação de forma inclusiva – e com foco em novas habilidades para preparar os alunos para a Quarta Revolução Industrial. A reflexão, conduzida com a colaboração de especialistas globais em educação nos setores público e privado, fala sobre alavancar a inovação tecnológica e pedagógica para colocar os alunos no centro do aprendizado, algo que responderia a dois grandes desafios: o aprofundamento das desigualdades globais, sobretudo na educação infantil, e a rápida transformação tecnológica que tem alterado a natureza do trabalho para a próxima geração.
O relatório Catalysing Education 4.0 – em livre tradução, Catalisando a Educação 4.0 – estima que o investimento em habilidades críticas para o futuro, com a solução colaborativa de problemas, poderia adicionar US$ 2,54 trilhões em aumento de produtividade à economia global, com maiores ganhos na África Subsaariana, na América Latina e no Caribe. Um dos pontos críticos trazidos é como criar o ambiente propício para desbloquear essa transformação e, de acordo com os especialistas ouvidos, o destaque são três áreas-chave de investimento em educação: novos mecanismos de avaliação; adoção de novas tecnologias de aprendizagem; e capacitação da força de trabalho docente.
O apoio à Educação 4.0 passa, ainda, por envolver todas as partes interessadas da sociedade, ou seja, ter em mente que todos têm um papel a desempenhar – de governos a organizações não governamentais, passando por empresas, investidores, educadores, pais e cuidadores, além dos próprios alunos. É essencial a atuação em rede e com parcerias. O relatório trata o tema em profundidade e traz muitas reflexões pertinentes, mas uma em especial nos chama a atenção – adoção de novas tecnologias de aprendizagem que possam aumentar a conscientização sobre o potencial da inovação para o desenvolvimento de habilidades, apoiando a aprendizagem inclusiva e criativa. Essa reflexão fala sobre trabalhar com educadores para demonstrar como essas tecnologias serão usadas pelos alunos em seus futuros locais de trabalho.
Essa recomendação despertou minha atenção porque dialoga com a 47ª edição do Concurso de Redação, uma iniciativa do Instituto Chamex em parceria com o negócio de impacto social Redação Online. Destinado a estudantes do Ensino Médio de escolas públicas e municipais de todo o país, o concurso nacional tem o objetivo de incentivar jovens estudantes a transformarem a própria realidade por meio da escrita. Em 2022, o tema é “Se você tivesse a oportunidade de escrever uma página de um livro, como e o que escreveria sobre o mundo pós-pandemia?”. O ponto de interseção com o estudo do Fórum Econômico Mundial é que faz uso da tecnologia para mediar e aprofundar o conhecimento do aluno, provocando-o para uma reflexão crítica da realidade – e conectando-a ao processo de aprendizado.
Com a tecnologia, o Concurso de Redação conseguiu atingir todo o território nacional; em 2021, por exemplo, contou com a inscrição de mais de 40 mil estudantes de escolas públicas, tornando-se o maior concurso no Brasil em redações corrigidas. Além disso, o projeto continuou impactando socialmente a vida de milhares de estudantes de todo o Brasil, mesmo se considerarmos os reflexos negativos da pandemia na educação do país com a suspensão das aulas. Ainda que neste cenário desafiador, o Concurso de Redação se adaptou e continuou contribuindo para a adequada preparação de milhares de alunos para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). E, para que os alunos possam se preparar melhor para participar do Concurso, no link de inscrição (concursochamex.redacaoonline.com.br), são oferecidas videoaulas e dicas específicas para escrever uma redação nota 1.000 no ENEM.
O Instituto Chamex carrega essa transformação como essência, apoiando a solução de desafios do sistema educacional e possibilitando um novo futuro aos jovens brasileiros por meio de 443 projetos como o Concurso de Redação – que busca se aprimorar a cada ano, propondo uma nova realidade para os jovens. E, para esta engrenagem funcionar e ser possível transformar vidas, é fundamental contemplar o envolvimento de todos os agentes da educação: alunos, professores e escolas. Afinal, a criatividade transforma a educação, e a educação transforma o mundo.
O Concurso de Redação ainda oferece diversos incentivos. A melhor nota do país é premiada com um vale-compras no valor de R$ 1.500,00, e o melhor desempenho de cada Estado é premiado com um vale-compras de R$ 500,00 – ambos para a aquisição de livros e de material didático. Além disso, os 100 melhores alunos ranqueados recebem um plano de videoaulas e correções de textos do Redação Online; as três escolas com maior número de alunos participantes receberão, cada uma, 10 caixas de papel A4 Chamex e doação de livros no valor de R$ 5 mil. Os 20 professores com o maior número de alunos inscritos ganharão um curso on-line de treinamento para correção de redação no modelo ENEM e um vale-compras no valor de R$ 300,00. As inscrições são gratuitas e podem ser efetuadas até 31 de agosto.
No Brasil, o desafio da educação é imenso e devemos nos unir, como sociedade, em torno de iniciativas que possam preparar as gerações mais jovens para um futuro no qual novas habilidades serão demandadas. Mas, vale lembrar que antigas habilidades – como a escrita e o pensamento crítico que advém do exercício de escrever – permanecem muito atuais e são diferenciais. Este é o propósito que permitiu essa parceria genuína entre Redação Online e Instituto Chamex. São valores e crenças que compartilhamos e que se mostram cada vez mais necessários neste mundo em constante transformação.
| Otavio Pinheiro é historiador e cientista político. Em 2017 foi escolhido “Talento da Educação” pela Fundação Lemann. É CEO & Founder da plataforma de correções Redação Online, acelerada na Estação Hack pelo Facebook e pela Artemisia.
| Mariana Claudio é cientista social formada pela Universidade de São Paulo (USP) com estudos aplicados em sociologia na Universidade Paris-Nanterre X La Défense. Com especialização em Sustentabilidade pela FGV e pela FDC, tem pós-graduação em Administração Estratégica pela FIA/USP-SP e atua com sustentabilidade e ESG desde 2008. Entrou, em 2019, para o time Sylvamo e, hoje, é gerente de Sustentabilidade & Engajamento com a comunidade e gerente-executiva do Instituto Chamex.
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